Hematófagos

O sangue escorria.
Ela me mordera.
"Por que? Como?"

Foi como reagi
Quando percebi
Onde me meti.

Era um encontro,
Desses às escuras...
Estava carente.

Agora tenho sede,
A latente necessidade.
Sede, sede, sede...

Meu amigo dissera:
"Ela é bela, culta..."
Foi minha culpa.

Não posso culpá-lo
Por minhas fraquezas.
(Ele sabia. Certeza.)

Corpo esguio,
Ares soberbos,
Olhares de anjo caído...

Senti certo medo,
Talvez fosse instinto...
Algo não estava certo.

Ignorei meus sentidos.
Ela era meiga, afável.
O que daria errado?

Do bar para casa.
Da casa para o quarto.
Pensei estar apaixonado...

Talvez estivesse.
Senti seus lábios
Em meu pescoço nu.

Eu era a presa
Inquieta sob domínios
De uma bela fera.

Um calafrio percorria
Meus músculos e espinha.
Era tudo que sentia.

Mal pude notar
Uma mordida leve
Seguida do frio inundante

Nem a tonteira
Devido à perda
Excessiva de sangue.

Desmaiei (morri?). Acordei.
Ela fora embora,
Mas deixara sua marca.

Agora sou também
Amaldiçoado como ela.
Não possuo ninguém.

Vivo pela sede,
Mas não minto,
Não como ela...

Apenas lhe digo
O que de você
Infelizmente preciso...

E que lhe tomarei
Mesmo que não queira,
Pois sem isso...

...Definho.
-----

Ta legal, eu tenho a mania chata de sempre comentar algo sobre tudo que eu escrevo, então lá vamos nós (e dessa vez tentarei ser breve).
Eu só queria mostrar um ponto de vista mais dramático, depressivo, manipulador e muito menos romântico do que a maioria dos escritores de histórias de vampiros quase sempre tentam passar sobre essas criaturas. Eu não sou fã de vampiros, tenho certa admiração, mas só isso...

E enquanto eu escrevia esse poema, no começo eu gostei, no meio eu achei que tinha estragado tudo, mas no final eu senti que consertei o seja-lá-o-que-for-que-achei-que-estraguei. (isso, claro, se realmente consertei, ou estraguei, ou sei lá, ah, esquece! =p)

PS: tive que fazer edições de última hora depois de uma re-lida rápida, se alguém estava lendo no meio da coisa (o que acho difícil), dê um F5 aí. (no final esse comentário não foi nada breve... whatever...)

Comentários

  1. Bom dia,querido amigo.

    Achei lindo o seu poema.
    Na adolescência eu lia muitas revistas de terror. As preferidas eram de vampiros.

    Mas sobre o seu poema, na vida amorosa há muitos vampiros... Muitos mesmo! Sempre a vítima é quem insistiu num amor não correspondido, tornando-se objeto sexual.

    Um grande abraço.
    Tenha um lindo dia, cheio de paz e amor.

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  2. Eu não sou fã de vampiros, mas eu gostei bastante dessa poesia. Tem uma fluência muito agradável e até um ar cômico em algumas partes. Algumas rimas meio quebradas deram-na um ar ainda mais interessante. Beijo!

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